9 to 5 is out of fashion

Trabalhar remotamente veio para ficar, durante a pandemia, com o efeito indireto de que as pessoas farão viagens mais longas no futuro, que combinem trabalho, lazer e prazer de forma mais eficiente. Dizem que nunca mais o Mundo será o mesmo e, eu subscrevo de que essa premissa é o futuro desta nova Era. Profissões como, os Digital Nomads, ganham mais expressão e a máxima, não mais confinados a cinco dias por semana num escritório, também!

Muitos desesperados por uma mudança de cenário em que o #workingfromhome levará ao aumento de "Workcation", em que viajantes estarão ávidos de estender as suas férias em novos locais com o extra de uma ou duas semanas para trabalhar remotamente ou, quiçá, considerando essas férias durante um período de teletrabalho.

A tendência é para uma mudança definitiva. Nano e city breaks vão dar lugar às long stays. Arrisco-me a pensar que os modelos para malas de viagem devem ser redesenhados ou lançadas novas coleções pois, os computadores, tablets e afins vão-se tornar numa extensão de bagagem. Sem descuidar o local onde “descansá-los” pois deve ser atraente a vários níveis que vão da excelente cobertura de rede Wi-Fi até a um ambiente desenvolvido para que a prática remota seja realizada da maneira mais confortável e profissional possível como já observamos nos Coworks. Estes postos vão ser fulcrais na escolha do alojamento.

Estudos revelam que 42% dos turistas americanos já considerou reservar um alojamento para trabalhar num destino diferente e outros 44% estariam dispostos a ficar de quarentena nesse destino se pudessem trabalhar remotamente. A rede turística, desde plataformas, agências de viagens e o território necessitam apostar e priorizar fortemente a exibição de instalações de escritórios, velocidade de conexão, envolvente lúdica, cultural e, principalmente focar o campo das experiências inovadoras e criativas na tentativa de atrair os nómadas digitais ou trabalhadores que vejam nas suas empresas horários de trabalho e dias de semana mais flexíveis. As viagens corporativas iniciam um novo caminho e será crescente a procura por segurança, privacidade, limpeza, estadas mais longas, acomodações alternativas para melhorar a componente do trabalho remoto.

A nova abordagem do turismo de negócios faz com que as empresas reavaliem as viagens ainda que os trabalhadores continuem a maximizar as viagens que fazem, 53% dos turistas afirmam que aproveitariam a oportunidade para prolongar qualquer viagem de negócios, conjugando o trabalho com o tempo de lazer no destino.

Mais questões que devem vir à tona, prendem-se com o título deste post, trabalhar das 09h00 às 17h00/18h00 está fora de moda. Portugal, como outros países sempre teve a máxima de que um trabalhador que esteja presente 8h, é um trabalhador exímio e produtivo… Mentira!
A maior parte, faz que trabalha…arrasta trabalho e, claro está que outros existem, adiantam e são produtivos. Esta questão leva a outra, será que 7 dias de trabalho são o ideal? E se fosse permitido pedir uma semana de apenas 4 dias de trabalho? Seria assim tão chocante?

Certo é que em Espanha já existem ensaios sobre o fenómeno e são cada vez mais empresas e países a testarem e implementam a nova tendência. Falo muito de tendências neste texto, mas, é certo que vivemos novos tempos e a evolução deve acompanhar! A Microsoft do Japão já experimentou este horário de “fim-de-semana prolongado” no ano passado e, guess what? A produtividade aumentou 40%, a conta da eletricidade baixou 23% e 90% dos colaboradores estão contentes com o ganho de tempo e stress nulo relativamente à redução do trânsito neste contexto. 32 horas de trabalho, 4 dias por semana já existe, é uma mais-valia para quem trabalha e quer viver, para além do inevitável aumento do rendimento profissional, contribuição para a criação de novos postos de trabalho e redução da pegada ecológica de que tanto se fala e investiga!

De Espanha à Nova Zelândia, tem sido um sucesso e as experiências dos trabalhadores também, a produtividade aumenta, a ansiedade, stress diminui e surge um maior equilíbrio entre a vida profissional e a familiar. Porque não ter o melhor de dois mundos? O mesmo salário, 4 dias de trabalho… Um sonho tornado realidade!
Realidade esta que gerará retorno turístico. A predisposição e poder económico para viajar serão maiores. No final do dia, contam as memórias e felicidade, certo?



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