Sustainable Management

    A sustentabilidade é um conceito complexo, pois interliga um conjunto de variáveis. Essa inspiração ganhou nova dinâmica e significado a partir do Relatório Brundtland de 1987. É possível defini-la como a capacidade do ser humano de interagir com o mundo, preservando o meio ambiente para não comprometer os recursos naturais das gerações futuras. Mas, o segredo é uma abordagem holística do tripé da sustentabilidade, integrando-o à mentalidade das empresas e criando valor compartilhado (Jeurissen, 2000).

    O colapso ecológico é o tema das nossas vidas, as constantes mudanças climáticas representam uma ameaça existencial para a vida na Terra (Platzer & Sarigul-Klijn, 2021).

    Para superar esses desafios o mundo precisa de novas estratégias, ressignificando a responsabilidade social e criando uma economia moderna, eficiente no uso de recursos e coopetitiva como sugere a Dragon Dreaming Methodology, uma sabedoria milenar, criada na Austrália e que pode nos dar pistas sobre a combinação de competição com cooperação.

    O empreendedorismo sustentável descreve a ligação entre o desenvolvimento sustentável e o empreendedorismo (Farny & Binder, 2021). Este conceito leva os empreendedores a criarem soluções viáveis e quererem fazer a diferença, como agentes de mudança, tendo em mente que seus negócios não são geridos apenas pela procura de ganhos financeiros, mas muito mais do que isso. Uma visão que não afeta os ambientes naturais e sociais em que operam.

    Uma empresa sustentável deve trabalhar em rede, enfatizando o papel da comunidade e os múltiplos objetivos que levam à contribuição para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e a Agenda 2030 (Farny & Binder, 2021) que definem prioridades e desejos globais para o desenvolvimento sustentável, mobilizando esforços globais, exigindo ações globais entre governos, empresas e sociedade civil para acabar com a pobreza, criar oportunidades e uma vida digna para todos, respeitando os limites do planeta. Dentro desses objetivos, o desenvolvimento das sociedades permitirá que as empresas demonstrem como seus negócios podem auxiliar na promoção do desenvolvimento sustentável com o mínimo de impactos negativos, maximizando os impactos positivos na sociedade e no planeta (Chiesa et al., 2019).

    Assim sendo, a sustentabilidade corporativa deve ser repensada. A era do Antropoceno, influenciada pelo homem levou a um impacto significativo no clima do planeta, e presenciamos essas mudanças aceleradas todos os dias. A crescente preocupação em minimizar esta pegada, leva as empresas a criarem iniciativas amigas do ambiente, como a criação e inovação de produtos e a redução da poluição, embora ainda não sejam suficientes para combater os desafios que enfrentamos (Sardá & pogutz, 2019). Este é o caminho para que o respeito ambiental, geofísico, social e económico se torne uma realidade (Sardá & Pogutz, 2018b).

    A sustentabilidade corporativa é definida como uma gestão que visa agregar valor à empresa na criação de produtos e serviços, bem como em todo o processo. Procuram-se produtos, serviços e processos sustentáveis que reduzam os impactos ecológicos e sociais negativos, ao mesmo tempo que aumentam os seus impactos positivos (Hepper et al., 2018).

    Mudar a perspetiva da sustentabilidade a fim de minimizar seus impactes negativos para contribuir positivamente na sociedade é o futuro da sustentabilidade corporativa levando à True Business Sustainability ou Sustentabilidade Empresarial 3.0 (Sardá & Pogutz, 2018a).

    Apostando num contributo positivo para a sociedade, surgem as empresas sociais, proporcionando um ecossistema de inovação social. Os negócios sociais prosperam incorporando mercados financeiros com uma melhor compreensão do impacto social de longo prazo e melhores métricas para medir esse impacte (Kumar & Stauvermann, 2020).

    A perspetiva da economia sustentável refere-se à garantia de necessidades básicas, qualidade de vida, preservação da natureza e relações sociais para todos (Hepper et al., 2018).

    A sustentabilidade corporativa é sustentada por três dimensões: a económica, a ambiental e a social (Boons et al., 2013). A dimensão económica traduz-se na implementação de práticas empresariais sustentáveis para promover lucro a longo prazo, sempre de acordo com a boa gestão corporativa, onde os stakeholders e a equipa de gestão estão alinhados no planeamento dos gastos dos recursos, onde é possível traçar estratégias e investir em métodos inovadores de sustentabilidade corporativa.

    A preocupação ambiental inclui as várias ações que as empresas podem tomar para reduzir a sua pegada de carbono e diminuir o seu impacte ambiental, incluindo a redução de papel e embalagens, redução do consumo de água, reciclagem de materiais e utilização de fontes de energia sustentáveis.

    Do ponto de vista social, o foco da empresa é cuidar bem das pessoas dentro e fora do negócio, com o objetivo de eliminar o trabalho infantil, ter o prazo de remuneração em dia, oferecer licença maternidade e paternidade e contribuir para o bem da comunidade como é o caso do voluntariado (Eizenberg & Jabareen, 2017).

    Neste contexto, a sustentabilidade empresarial não deve indicar a reparação superficial ou corretiva das atividades empresariais. Deve ser regida por princípios de sustentabilidade como componente de criação de valor corporativo para gerar desenvolvimento ecológico e social, contribuindo para o sucesso do negócio (Kudo et al., 2020).

    A sustentabilidade corporativa inclui toda a cadeia de suprimentos de um negócio e exige responsabilização desde um nível primário, fornecedores, culminando nos vendedores e consequentemente na venda do produto ou serviço (Hepper et al., 2018). Produzir ou implementar algo de forma sustentável torna-se uma vantagem competitiva que pode reconfigurar algumas linhas de abastecimento globais que se desenvolveram com base na produção de baixo custo (Zamcopé et al., 2012).

    Quando as empresas misturam desenvolvimento sustentável, responsabilidade social com teoria dos stakeholders, a sustentabilidade corporativa é alcançada (Kudo et al., 2020).




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