A Revolução da Inteligência Artificial no Turismo

Numa Era em que a Inteligência Artificial (IA) tece malhas invisíveis na sociedade, é fascinante contemplar como esta se aplica ao setor do Turismo. Hoje, assistimos aos avanços na sua legislação, proporcionando um ambiente mais claro, ético e seguro.

No campo do Turismo, a IA, assume diversos papéis, se por um lado, é possível termos um guia virtual que nos fornece as mais diversas e detalhadas informações, por outro, as experiências podem ser personalizadas e inesquecíveis através de uma maior imersão. Imaginemos que o Assistente Virtual conhece os nosso gostos e preferências melhor do que o nosso melhor amigo, sugerindo destinos, atividades e circuitos turísticos adaptados ao nosso perfil, permitindo a otimização da experiência que vai do planeamento da viagem até a chegada ao destino.
Sabemos que tudo o que é bom, pode ter um lado mau, e por isso, o IA, irá verificar o nosso histórico, comportamentos online e feedbacks e, com base nessas informações, recomenda destinos, circuitos ou rotas e atividades personalizadas, fazendo com que nos sintamos únicos. Devemos ter sempre em conta que toda a informação que nos será dada pelo IA, é recolhida no universo digital, devendo ser confirmada, uma vez que essa recolha é realizada através de diversas fontes e, nem sempre serão as mais eficazes. 

Focando na parte boa, a inteligência artificial é um enorme auxílio na gestão de operações e melhoria da eficiência. Se pensarmos nos aeroportos, devemos reconhecer que os sistemas de reconhecimento facial aceleraram o processo de check-in e ajudaram a reduzir as filas, certo? Já todos passámos por esse processo e sabemos o que é estar 2 horas antes no aeroporto para que tudo corra bem. Além disso, os chatbots e os assistentes virtuais fornecem informações em tempo real, respondem a diversas questões e, acabem por facilitar a comunicação entre os turistas e os prestadores de serviços. Lembrem-se que vivemos em tempo de cliques e mais do que três cliques para efetuar uma compra numa app, é demais. Por isso, colocar uma simples questão e ter uma resposta imediata, sem estar a ligar para o apoio ao cliente e entupir a linha quando é algo tão simples, ajuda!
 
Sei que não tiveram aulas comigo, mas quando falo sobre hotelaria, faço referência a alguns exemplos práticos de hotéis que já integram a IA em Portugal. Se pensamos que neste campo, os funcionários não têm mãos a medir, é possível pensar que seria boa ideia ter uma colaboradora 100% dedicada a personalizar ainda mais a nossa estada, desde o momento da reserva, uma vez que os algoritmos conseguem antecipar as nossas preferências, como tipo de quarto até às comodidades desejadas.
 
A segurança é outra área beneficiada, uma vez que os sistemas monitoramento quando alimentados pela IA ajudam a detetar padrões ou comportamentos suspeitos, contribuindo para a prevenção de incidentes e a proteção dos turistas.Além disso, a tradução automática e a interpretação de idiomas facilitam a comunicação auxiliando a superar barreiras linguísticas, promovendo a inclusão. Como vemos, a aplicação da IA no Turismo vai muito além de simples recomendações. 
 
No meu caso, quis ser ousada e integrei um robô, chamado Manuel, na defesa da Tese de Doutoramento sobre Turismo Automóvel e Mototurismo: Análise comparativa entre Eventos Motorizados. Um tiro no escuro, pensam vocês, mas, digo-vos que fui munida de coragem científica, aprendi a programar sozinha, treinei o Manuel, escrevi e reescrevi textos que lhe desse a habilidade de reproduzir um discurso praticamente indistinguível de uma pessoa. Neste caso, o Manuel é a persona do Turista Motorizado, sendo uma personagem semifictícia que caracteriza o público-alvo.
 
Uma escolha peculiar e surpreendente para demonstrar a versatilidade da IA, abrindo a porta para que futuros estudantes possam explorar temas de diversas perspetivas, que investiguem os limites do conhecimento e vejam o potencial da interdisciplinaridade. Uma visão integrada representa não apenas o avanço no campo científico, como também no terreno, apontando a necessidade de compreendermos o potencial das sinergias entre a inteligência artificial e a criatividade humana para alcançar novos patamares no entendimento e aplicação das ciências.
 
Tenho para mim que este é apenas o início para desvendar novas possibilidades, lembrando que a inteligência artificial está a revolucionar o turismo, uma vez que, proporciona uma experiência mais personalizada, eficiente e segura. À medida que avançamos nesta era digital, manter o foco em encontrar um equilíbrio entre inovação tecnológica e considerações éticas é essencial para garantir que o turismo continue a ser uma viagem memorável e sustentável para todos. Relembrando que a IA veio para ficar, mas que o conhecimento deve continuar a ter como pilares a história, as artes, a língua e a matemática, pois a partir daí é possível pensar de forma sólida e criativa, pois a tecnologia ajuda, mas a essência está no Ser Humano.